quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A Estréia de Remanescente das Sombras


O momento único na produção de um filme, seja ele uma superprodução hollywoodiana ou um filme de baixo orçamento roraimense, é aquele onde se observa a reação do público na primeira sessão de exibição.

A soma de todos os esforços de pelo menos dois anos de trabalhos convergem nos primeiros vinte minutos, onde os expectadores deixam de lado todas as eventuais suposições sobre o filme e percebem o teor da obra. Pra nossa sorte, aprovaram.

Tal momento, talvez o mais cruel em termos de ansiedade, é sem dúvida o mais importante. Os realizadores têm uma visão crítica e julgamento do longa nublados pela empolgação do trabalho terminado, é difícil separar as coisas. Mas aí eis que surge o expectador que, em grande maioria não compreende os conceitos técnicos de cinematografia, reduz a margem de veredicto em: “gostei”, “não gostei” ou “recomendo” e “não recomendo”.

Durante esse momento a produção fez algo que quase todos de uma produção fazem. Ao invés de assistir o filme, assistiu a reação das pessoas. Observou o tom de seriedade carregada que o início proporciona, seguiu acompanhando sussurros sobre cenas, diálogos, situações extremas, trágicas e às vezes cômicas que eram projetadas na tela.

Em meio à sala, pessoas incontidas respondiam às cenas mais impactantes, seja com um aceno, uma observação oportuna e, na melhor das hipóteses, um ato reflexo que denunciava sua imersão na trama.

Ao final do filme, logo depois dos créditos, o sonho realizado. Um Filme feito em Roraima, com equipe local, sem formação específica e com orçamento reduzido se tornou possível graças a vontades de todos aqueles que, em maior ou menor grau, acreditaram em nós e deram seu apóio.

Remanescente das sombras é um filme feito por muitas mãos e cada um que deu sua mínima colaboração influiu decisivamente para que ao fim da sessão os expectadores, em sua maioria, dissessem:

“Gostei, muito bom esse filme.”

“Recomendo sim, claro”.


Farley Santos - Roteirista

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